


Passando no jardim do Bosque na rua Guajuvira em Cachoeirinha relembrei do meu passado.
Quantos de nós nunca jogou bola, andou de bicicleta, pulou com pula-pula, andou com perna-de-pau e entre outras brincadeiras que, há tempos atrás, não havia perigo de serem praticadas no “meio da rua”. Pois é, os tempos mudaram, os anos passaram e estas brincadeiras se tornaram perigosas ao serem praticadas no “meio da rua”. Ora, anos atrás tinha tanto espaço que podíamos escolher a onde iríamos brincar independente do bairro em que vivíamos.
Em outros tempos também, havia muitas áreas livres para que pudéssemos dispor da prática de esportes e brincadeiras, mas hoje está tudo diferente, há poucos campos de futebol, áreas livres nos bairros, clubes de esportes e outros locais específicos para prática de esportes e brincadeiras que proporcionam segurança e estimulem nossos jovens à prática correta dos esportes, seja ele futebol, basquete, vôlei e outros.
Simples, até agora todos lembraram de sua infância e estão vendo como seus filhos e filhas agem, brincando inocentemente no “meio da rua”.
Alguém já parou para pensar se uma criança ou adolescente for atropelado no “meio da rua”, quem será o verdadeiro culpado? Será quem estava jogando bola ou o motorista do carro ou o motoqueiro ou poder público? Com certeza, será o coitado do condutor do veículo!
Vamos analisar um exemplo: Um grupo está jogando bola no “meio da rua”, com uma de suas traves colocada a 10 ou 15 metros da esquina, ocorre que, em determinado momento, um carro faz a curva, em velocidade normal da via (50 Km/h), e um jovem está correndo na contramão de direção para pegar a bola, indo de frente ao veículo, ocasionando seu atropelamento e, mais tarde, seu falecimento. Quem é o verdadeiro culpado? O jovem que jogava bola no “meio da rua” e corria na conta-mão de direção ou o motorista que trafegava com seu veículo na rua que, por sinal, é a via própria para veículos.
Sem sombra de dúvida que o motorista do veículo será responsabilizado e responderá por homicídio culposo.
Onde estamos? Brasil! Sim, eu sei e você sabe! Mas será que está correto?
No meu entender não, pois a rua não foi feita para prática de esportes e brincadeiras, a qual teria que ter lugar certo, como dito acima. Não obstante, a culpa é do jovem que faleceu.
Agora, figure o mesmo exemplo dado acima, mas desta vez o jovem é atropelado e morto por um veículo que está fugindo da polícia, no entanto, ele pára e a perseguição acaba. E vem a pergunta: quem é o culpado? De novo, o jovem, pois não deveria estar brincando na rua.
Troque, no primeiro exemplo, o carro por uma viatura da polícia, do resgate ou do bombeiro, que faz a curva em alta velocidade para atender uma ocorrência naquela rua e, por fim, acaba matando um jovem ou uma criança atropelada. Mais uma vez é culpa do jovem ou da criança, pois não deveria estar no “meio da rua” correndo atrás de bola. Ora, se o jovem ou a criança estivesse praticando tal esporte em local apropriado, mesmo seguindo algumas regras, ele seria atropelado? Não, só se por muita sorte e ironia do destino um avião caísse em sua cabeça!
Contudo, tenho certeza que esta situação tem como mudar e se a comunidade quiser basta lembrar do velho ditado (o povo não sabe a força que tem) e esta força vem da união de todos participando de atividade do seu bairro.
Que futuro terá nosso país com pais que não lutam pelos jovens e o governo que há anos vem dizendo que o futuro do país são os jovens.
Pense nisso e se organizem!